A conta de luz alta é uma realidade que pesa no bolso de muitos brasileiros, e infelizmente ela está cada vez mais cara. Segundo pesquisa da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), o Brasil tem a conta mais cara para a população entre 34 outros países no mundo inteiro.
Mas por que será que pagamos tanto por esse serviço essencial? A resposta não é tão simples assim e envolve uma série de fatores que influenciam o preço final da energia elétrica.
Vamos jogar luz nesse tema e entender os principais fatores que contribuem para esse cenário!
Como é composta sua conta de energia elétrica?
A fatura de energia é o documento que estabelece a comunicação entre o consumidor e a distribuidora de energia. Ela reflete não só a quantidade de eletricidade consumida durante o mês, medida em quilowatts-hora, mas também outros itens que impactam o valor total a ser cobrado.
Um fator importante na composição da conta de luz são os impostos. Sim, boa parte do valor pago vai para o governo! Temos impostos federais, estaduais e até municipais que acabam encarecendo a energia para o consumidor final.
Além disso, há os custos de transmissão e distribuição, que levam a energia das usinas até as residências, e as perdas no sistema, como perdas técnicas na transmissão e distribuição, bem como os desperdícios e furtos de energia, que também contribuem para o alto custo da energia elétrica.
Então, quando falamos de um preço alto da energia, estamos nos referindo a essa composição geral da conta, que envolve não apenas o consumo de eletricidade, mas também os impostos, os custos de infraestrutura e as ineficiências do sistema.
E aí, ficou claro? Saiba mais aqui sobre como funciona a cobrança da sua conta de luz!
Quem paga a energia mais cara do Brasil?
Infelizmente, não são apenas os grandes consumidores industriais que arcam com a conta elevada de energia elétrica no Brasil. Todos os brasileiros, sejam em residências, comércios ou indústrias, pagam uma das tarifas de energia mais caras do mundo.
Segundo o Ranking de Tarifas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), referente à metade de 2024, a concessionária com a tarifa de energia mais cara do país é a Equatorial Pará, com R$ 0,962/kWh. Em seguida, aparece a Enel RJ, com R$ 0,913/kWh.
Por outro lado, a distribuidora com a tarifa mais baixa do Brasil é a Cocel (Companhia Campolarguense de Energia), no Pará, com a cobrança de R$ 0,528/kWh.
Principais fatores do preço alto da energia elétrica no Brasil
Agora que entendemos um pouco melhor a composição da conta de energia, vamos esclarecer os principais fatores que contribuem para o preço elevado da eletricidade no Brasil, sendo os principais:
Crise hídrica
O Brasil é um país com uma matriz energética predominantemente hidrelétrica, responsável por aproximadamente 60% de toda a geração, que depende em grande parte da água dos rios e reservatórios para gerar a energia que consumimos.
No entanto, nos últimos anos, diversas regiões do país têm enfrentado períodos de estiagem muito graves, com baixos níveis de chuva e consequente redução da capacidade de geração hidrelétrica. Apesar de o Brasil ter um dos maiores potenciais hidráulicos do mundo, essa dependência das hidrelétricas acaba elevando o preço da energia.
Isso acontece porque quando os reservatórios estão baixos, o país precisa recorrer a outras fontes de energia, como as termoelétricas, que utilizam combustíveis fósseis mais caros e poluentes, como gás natural, carvão e óleo diesel, o que acaba elevando o custo final da energia elétrica. Em alguns casos, também é necessário importar energia de países vizinhos, como Uruguai, Venezuela e Argentina.
E sabe o que acontece? Esse aumento no custo de geração é repassado diretamente para a conta de luz. Ou seja, quando enfrentamos uma crise hídrica, o preço da energia elétrica sobe consideravelmente, pesando ainda mais no seu bolso.
Alta tributação
Outro motivo que contribui significativamente para o alto preço da energia elétrica no Brasil é a alta carga tributária, que corresponde a praticamente 30% do valor total da conta de luz, onerando ainda mais o consumidor.
Diversos impostos e taxas incidem sobre a conta de energia, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). O ICMS, por exemplo, é um imposto estadual com alíquotas variáveis conforme o estado, e muitos deles não reduziram essas alíquotas mesmo com o aumento do preço da energia.
Essa carga tributária elevada é uma das principais razões pelas quais o Brasil possui uma das tarifas de energia elétrica mais caras do mundo. Assim, por ter uma grande estrutura, é necessário um orçamento volumoso, o que influência em uma alta carga tributária.
Subsídios
Cerca de 10% da conta de energia elétrica é destinado para custear subsídios, como o CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), um fundo que subsidia a geração de energia para famílias de baixa renda e estados mais pobres do país.
É claro que os subsídios são importantes e necessários e devem ser mantidos, mas questiona-se o fato de serem embutidos diretamente no preço final pago pelo consumidor. Uma alternativa mais eficiente seria que os recursos para esses subsídios saíssem diretamente do Tesouro Nacional, e não da tarifa de energia.
Caso o governo custeasse os subsídios por meio do Tesouro, isso poderia resultar em uma redução do preço geral da tarifa de energia elétrica, beneficiando toda a população.
Cobranças de outorgas em licitações
Outro fator que impacta o custo da energia elétrica no Brasil são as cobranças de outorgas em licitações de novos empreendimentos de geração e distribuição.
Quando o governo realiza licitações para a concessão desses novos projetos, as empresas participantes precisam pagar uma outorga, que é uma espécie de “taxa” pela autorização de atuação naquela área. Essas outorgas podem chegar a valores muito altos, dependendo do porte e da importância do empreendimento.
Apesar de existir uma boa intenção, em afastar empresas que não são capazes de cumprir o contrato, empresa que vence a licitação pode incorporar os custos da outorga em seus cálculos financeiros. Para recuperar esses custos, a empresa repassa a despesa da outorga e os juros bancários para a tarifa de energia elétrica.
Isso significa que os consumidores finais acabam pagando uma parte dessa taxa de outorga através de suas contas de luz, aumentando o custo da energia elétrica.
Qual horário a energia elétrica é mais cara?
Você já se perguntou por que sua conta de luz varia tanto de mês para mês? Isso acontece porque a energia elétrica tem preços diferenciados dependendo do horário em que é consumida, sendo o “horário de ponta“ um dos fatores que influenciam o valor final.
O horário de ponta nada mais é do que os períodos de maior demanda por eletricidade, normalmente no início da manhã e no final da tarde, entre 18h e 21h, quando a maioria das pessoas está em casa utilizando diversos aparelhos, acendendo luzes e cozinhando.
Nessas horas de pico, as usinas precisam gerar mais energia para atender à demanda elevada. Isso acaba encarecendo o custo da eletricidade, pois as usinas precisam ativar fontes mais caras, como as termelétricas, para complementar a produção das hidrelétricas e outras fontes renováveis.
Então, se você quer economizar na sua conta de luz, tente evitar o uso de aparelhos elétricos durante os horários de ponta e prefira fazer as tarefas domésticas no início da manhã ou à noite, quando a demanda é menor e a energia é mais barata.
Confira outras dicas indispensáveis para economizar energia no dia a dia e reduzir a conta de luz aqui!
Como a Flora pode ajudar a reduzir sua conta de luz?
Agora que entendemos os principais fatores que contribuem para o alto preço da energia elétrica no Brasil, surge a questão: como posso pagar menos na minha conta de luz?
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