Reduzir a conta de luz é uma das grandes vantagens de adotar um sistema de geração de energia renovável, como placas solares. Frequentemente, vemos anúncios prometendo economias de mais de 90% nesse tipo de despesa.
Mas, você já parou para pensar se é possível zerar completamente a conta de luz? Infelizmente, a resposta é não. E o motivo disso é o chamado custo de disponibilidade, um conceito que costuma gerar bastante confusão.
Por isso, preparamos esse material para jogar mais luz no funcionamento do custo de disponibilidade e mostrar tudo que você precisa saber sobre essa cobrança e seus impactos na sua conta de luz. Vamos lá!
O que é o custo de disponibilidade?
Regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo de disponibilidade é o valor que as concessionárias de energia cobram para manter a estrutura de fornecimento disponível para cada cliente.
Para ficar um pouco mais claro, essa tarifa é cobrada mesmo que o cliente não tenha consumido nenhum quilowatt-hora (kWh) durante o mês. Ou seja, mesmo que todos os aparelhos elétricos da sua casa estejam desligados e você não consuma energia, ainda assim terá que arcar com o custo de disponibilidade.
É como se você pagasse um “aluguel” pela infraestrutura da rede elétrica, independentemente do seu consumo real de energia.
Este custo inclui alguns encargos e tributos, como, por exemplo, o COSIP ou CIP, destinados a financiar os serviços de iluminação pública, como instalação, manutenção e consumo, além de outros serviços relacionados à iluminação das vias públicas.
Como o custo de disponibilidade é calculado?
A Aneel estabelece uma cobrança padrão para os consumidores de baixa tensão, que incluem residências e pequenos comércios – categoria na qual se enquadra a maior parte da população.
Dentro da baixa tensão, existem três subgrupos, o monofásico, bifásico e trifásico, divididos conforme o tipo de instalação local. Em cada um desses subgrupos, há um valor de kWh que é usado como base para calcular o custo de disponibilidade:
- Sistema monofásico: 30 kWh
- Sistema bifásico: 50 kWh
- Sistema trifásico: 100 kWh
Imagine uma concessionária como a CPFL Paulista, que cobra R$ 0,8574 por kWh. Se um cliente dessa companhia, ligado a um sistema monofásico, não consumir energia durante o mês, ainda assim terá que pagar o custo de disponibilidade, que nesse caso é de R$ 25,72.
Esse valor é obtido através da multiplicação da tarifa por kWh da concessionária (R$ 0,8574) pelo consumo mínimo da categoria (30 kWh).
E o custo de disponibilidade para quem usa energia solar ou outro tipo de energia renovável?
Mesmo quem possui um sistema fotovoltaico em casa ou adquire créditos de usinas sustentáveis, como o produto Flora Energia, ainda está sujeito ao custo de disponibilidade na conta de luz. Isso pode parecer confuso, mas você não precisa gastar muita energia para entender, se liga só. Vejamos dois casos bem comuns:
Caso 1. Consumidor produziu a mesma quantidade que consumiu
Considere um consumidor que tem placas solares instaladas em sua casa. Durante um mês, ele consumiu 300 kWh, exatamente a mesma quantidade que sua usina solar produziu. Você pensaria que nesse caso a conta de luz ficaria zerada, certo? Errado, ele precisará pagar a taxa mínima de luz.
Vamos supor que a residência desse cliente esteja ligada a um sistema trifásico, cuja taxa padrão é de 100 kWh. Então, mesmo que ele tenha produzido 300 kWh, precisará pagar o valor referente a 100 kWh multiplicado pela tarifa da concessionária. No nosso exemplo, isso resultaria em R$ 85,74.
Portanto, mesmo gerando a mesma quantidade de energia que consumiu, o consumidor ainda terá que arcar com o custo de disponibilidade.
2. Consumidor produziu menos que consumiu, mas ficou abaixo da taxa mínima
Outra situação possível é o consumidor produzir menos energia do que consumiu e ainda assim ficar abaixo da taxa mínima para sua categoria. Veja o que acontece nesse caso:
Pense em um cliente ligado a uma rede trifásica que consome 200 kWh em um mês, mas produz apenas 160 kWh. Embora pareça lógico que ele pague apenas a diferença de 40 kWh, não é isso que ocorre. Por estar em uma rede trifásica, ele terá que pagar o custo disponibilidade de 100 kWh da mesma forma. Ou seja, o consumidor poderá utilizar apenas 100 kWh do total de 160 kWh que produziu.
Cada distribuidora possui um tratamento particular para essa produção adicional de 60 kWh. Em alguns casos, essa energia é alocada como saldo de créditos, podendo ser utilizada em até 60 meses, já em outros, esses 60 kWh são simplesmente desperdiçados.
E aí, esse tema ficou mais claro agora? Com a Flora você pode sempre contar para iluminar seu caminho rumo a um futuro mais brilhante!
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