Como funciona a cobrança de energia elétrica?

Sabe aquela luz que ilumina sua casa, o ar condicionado que te refresca no verão ou a geladeira que conserva seus alimentos? Todos eles funcionam graças à energia elétrica, um serviço essencial que se tornou indispensável em nossas vidas. 

Entender o processo por trás da cobrança de energia elétrica é fundamental para compreender melhor o que pagamos todo mês e evitar surpresas desagradáveis na conta. Afinal, que a conta de luz é cara no Brasil, isso não é novidade para ninguém.

Neste texto, vamos clarear seu entendimento sobre como esse serviço funciona, os principais gatilhos que podem aumentar os custos e o segredo para ter uma conta de energia mais leve. Vem com a gente!

Como funciona o sistema de produção elétrica no Brasil

Primeiro, é preciso entender que o Brasil possui um sistema elétrico bastante complexo e diversificado. A produção de energia elétrica é, em sua maior parte, feita de forma terceirizada.

Isso significa que não é o Estado (Governo Federal) que produz diretamente a energia, mas sim as concessionárias, às quais o Estado concede poderes e transfere verbas públicas. Essas concessionárias, também chamadas de distribuidoras, são responsáveis pela produção, distribuição e cobrança de energia elétrica, geralmente em âmbito estadual ou regional, por meio de licitação.

O país é energizado por diferentes fontes de geração, como as hidrelétricas, eólicas, solares e termelétricas, cada uma com suas próprias características e impactos no sistema elétrico nacional. 

Toda essa energia gerada é transportada por uma extensa rede de linhas de transmissão e distribuição até iluminar nossas casas, sendo todo esse sistema operado pelas concessionárias.

O que é a tarifa de energia?

A tarifa de energia (TE) é o valor que você paga pelo consumo de eletricidade. Ela é definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e varia conforme a região do país, o tipo de consumidor (residencial, comercial ou industrial) e o horário de uso.

Essa conta é composta por diversos valores que cobrem os investimentos das concessionárias, incluindo recursos humanos, infraestrutura e manutenção da rede de produção e distribuição, além da soma dos custos que já vimos de transmissão e comercialização da energia.

Assim, a sua conta de luz é formada por três principais componentes:

  • Custo da geração de energia

  • Custo do transporte (transmissão e distribuição)

  • Encargos setoriais e impostos

Portanto, o valor total que você paga em sua conta de luz engloba todos esses custos envolvidos no processo de levar a energia elétrica até sua casa. Ficou mais claro?

Por que não posso trocar de distribuidora?

A verdade é que, embora sua energia funcione, nem sempre ela chega do melhor jeito até você. Isso se deve ao fato de que o mercado de energia no Brasil ainda é bastante regulamentado e controlado.

Infelizmente, não temos liberdade de escolher nossa empresa de distribuição de energia. Relembrando, são as distribuidoras, empresas que venceram licitações públicas para operar a rede elétrica, as responsáveis por esse processo. 

Essa estrutura foi criada para garantir a universalização do acesso à energia elétrica em todo o país. Por conta disso, onde quer que você more, a energia é fornecida pela distribuidora designada para aquela área.

Claro, essa situação pode ser frustrante em algumas situações, mas não se preocupe! Nós estamos aqui para aliviar o peso da sua conta de luz e apresentar soluções para iluminar seu caminho rumo a um futuro mais brilhante.

Como funciona a cobrança da conta de energia elétrica?

Entender como funciona e saber ler a sua conta de luz, é essencial para acompanhar e controlar seus gastos com esse serviço. Ela pode ser dividida em duas partes, se liga:

1. Consumo de energia:

Corresponde à quantidade de eletricidade consumida durante o mês, medida em quilowatts-hora (kWh). As tarifas variam de acordo com o tipo de consumidor (residencial, comercial, industrial, etc.) e o nível de tensão da rede elétrica que abastece sua unidade.

2. Encargos e tributos:

Esta parte abrange os diversos encargos e tributos adicionados ao valor do consumo, representando aproximadamente 1/3 do valor total da conta. Esses itens podem variar de região para região, como:

  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e ISS, impostos que mudam conforme seu estado e município, já que cada um possui uma alíquota em valor diferente;

  • Contribuição federal do PIS/COFINS (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);

  • Contribuição municipal da COSIP ou CIP (Contribuição para o custeio da iluminação pública);

  • Encargos setoriais, como o Proinfa e a CDE (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica e Conta de Desenvolvimento Energético).

Como é calculada a conta de luz?

O cálculo da conta de luz começa a partir do consumo registrado no medidor de energia, mensurado em kWh. Esse valor de kWh consumido é então multiplicado pelo valor estadual da tarifa, que varia para cada distribuidora. Depois, são adicionados os encargos e tributos, que acabamos de trazer no assunto.

Vamos jogar mais luz nesse conceito? Vem no exemplo:

Imagine que sua casa consumiu 200 kWh no mês. Se a tarifa residencial da sua distribuidora for R$0,50 por kWh, o valor referente ao consumo seria de R$100 (200 kWh x R$0,50).

Caso haja R$50 em encargos, o valor total a ser pago seria de R 150 (R$100 de consumo + R$50 de encargos).

Além disso, o valor da cobrança de energia também pode sofrer ajustes devido às bandeiras tarifárias, que veremos a seguir. Portanto, seu cálculo envolve diversos fatores e pode se tornar um pouco complexo. Mas não se preocupe, conta com a Flora que a gente te explica tudo!

Bandeiras tarifárias

Você já deve ter visto na sua conta de luz as chamadas “bandeiras tarifárias”, não é? 

Criadas em 2015 pela ANEEL, elas têm a função de refletir os custos reais da geração de energia e alertar os consumidores sobre a situação do sistema elétrico brasileiro, as condições de abastecimento e os custos adicionais que a distribuidora precisa arcar.

Quando há escassez de energia ou necessidade de geração térmica mais cara, as bandeiras são acionadas e resultam em um acréscimo no valor da conta de luz. Existem quatro níveis de bandeiras:

  • Bandeira Verde: as condições de geração de energia estão favoráveis, não havendo aumento na conta de energia.

  • Bandeira Amarela: os custos de geração de energia estão mais elevados, servindo como sinal de alerta.

  • Bandeira Vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração, exigindo o uso intensivo de outras geradoras de energia.

  • Bandeira Vermelha – Patamar 2: aplicada em momentos de crises severas e condições críticas, quando a distribuidora precisa repassar esse custo adicional por conta de um alto estresse no sistema elétrico.

Acompanhar essas bandeiras é importante para que você possa ajustar seu consumo quando necessário e minimizar o impacto na conta de luz.

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